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Agente Comunitário de Saúde: O que é, o que são e como trabalham? Tire suas dúvidas.


Para quem não conhece o trabalho ou a história dos Agentes Comunitários de Saúde, vou explanar um pouco para a apreciação dos colegas. Espero explicar da melhor forma possível:



Agente comunitário de saúde


O ACS leva o SUS para todo o País

"Profissional que trabalha nas comunidades com a promoção da saúde, prevenção de doenças e elaboração de ações de conscientização comunitária"





Origem do trabalho do Agente Comunitário de Saúde
Os primeiros profissionais de saúde não médicos de nível técnico ou elementar foram os Visitadores Sanitários e Inspetores de Saneamento ainda vinculados ao projeto das campanhas de saúde pública que no Brasil do início do século XX controlaram os surtos de peste bubônica e erradicaram a febre amarela e permaneceram vinculados controlavam as endemias rurais.
No Brasil identifica-se a utilização desses técnicos de saúde desde SUCAM – Superintendência de Campanhas de Saúde Pública, órgão que resultou da fusão do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERu), da Campanha de Erradicação da Malária e da Campanha de Erradicação da Varíola aos programas de saúde da década de 1970. Na China onde alguns supõem a origem dessa estratégia recomendada pela Organização Mundial de Saúde ficaram conhecidos como Médicos de Pés Descalços no início dos anos 1950 e Proposições de Saúde Comunitária com Assistentes Médicos nos Estados Unidos dos anos de 1960 e 1970.
ACS medindo o peso da criança
Mas no Brasil essa profissão realmente ganhou reconhecimento após trabalhos voluntários das pastorais da criança, no qual cuidavam das crianças recém nascidas e das mães em período de amamentação nas áreas carentes; com alimentação, facilitando ao acesso à condições mínimas de saúde, e também da forma nutricional, onde ficou famosa a receita da "casca do ovo" no qual resultou na diminuição expressiva da desnutrição e mortalidade infantil nas localidades onde tinha o atendimento desses voluntários. E como deu certo nesses locais o projeto foi expandido para todo o Brasil, com criação de programas estratégicos de saúde pública:

Criação do PACS: 

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) resultou da criação do PACS (Programa dos Agentes Comunitários de Saúde) em 1991, como parte do processo de construção do Sistema Único de Saúde estabelecida por norma Constitucional em 1988. É capacitado para reunir informações de saúde sobre uma comunidade. Na concepção inicial deveria ser um dos moradores daquela rua, daquele bairro, aquela região. Selecionados por um bom relacionamento com seus vizinhos e condição de dedicar oito horas por dia ao trabalho de ACS. Orientado por supervisor (profissional enfermeiro) da unidade de saúde, realiza visitas domiciliares na área de abrangência da sua unidade produzindo informações capazes de dimensionar os principais problemas de saúde de sua comunidade.
Com a proposição do Ministério da Saúde de 1994, quando se criou o PSF – Programa de Saúde da Família os agentes comunitários de saúde podem ser encontrados em duas situações distintas em relação à rede do SUS:

  • Ligados a uma unidade básica de saúde ainda não organizada na lógica da Saúde da Família;
  • Ligados a uma unidade básica de Saúde da Família como membro da equipe multiprofissional. No ano de 2008, encontraram-se em atividade no país 204 mil ACS, estando presentes tanto em comunidades rurais e periferias urbanas quanto em municípios altamente urbanizados e industrializados.
Atendimento Domiciliar



Agente de Saúde da Família
Em 1994 o Ministério da Saúde, lançou o PSF (Programa de Saúde da Família) como política nacional de atenção básica, com caráter organizativo complementar e substitutivo ao PACS onde as ações dos agentes comunitários de saúde são acompanhadas e orientadas por um enfermeiro - supervisor lotado em uma unidade básica de saúde que possui as especialidades básicas e demanda espontânea e/ou encaminhada por USF (Unidades Elementares de Saúde.)
Essencialmente as atribuições do agente comunitário são mesmas, contando agora com o apoio direto do enfermeiro e médico de saúde da família com responsabilidades pela população de um mesmo território e em alguns municípios contam ainda com odontólogo profissionais de serviço social e psicologia na mesma unidade de saúde ou numa unidade de referência (unidades básicas matriciais).
Uma das atribuições é conscientizar sua comunidade.
Por outro lado para cumprir a proposição de conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis (cerca de 150 famílias ou 750 pessoas por agente) identificando os problemas de saúde mais comuns e situações de risco ao qual a população está exposta, novas demandas surgem ou se especificam continuamente.
O suporte ao atendimento da morbi-mortalidade por causas externas por exemplo, onde se inclui os acidentes de trânsito, homicídios e/ou a atenção aos problemas da violência doméstica, contra a mulher, criança ou idoso para os quais existem proposições específicas de vigilância e controle além do SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica), programa com o qual o ACS produz as informações relativas ao território que administra, não está previsto como tarefa sua.


O que é ser um agente comunitário de saúde?



O agente comunitário de saúde é o profissional que realiza atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde nas comunidades, sempre supervisionado e coordenado por um médico ou gestor de saúde. Essa profissão sempre é exercida por um morador da comunidade que passa por treinamentos e cursos, para entender melhor as origens das doenças e as técnicas de prevenção, formando assim um elo entre a população e o sistema de saúde. Além de realizar trabalhos de conscientização, o agente comunitário de saúde promove o cadastro das famílias, a orientação individual e coletiva, identificar áreas de risco ou focos de doenças, realizar visitas domiciliares, desenvolver ações educativas que envolvam a comunidade, entre outras funções.

Quais as características desejáveis para ser um agente comunitário de saúde?
Para ser um agente comunitário de saúde é necessário que o profissional goste de trabalhar e lidar com as pessoas, e, além disso, que goste de cuidar de sua comunidade. Outras características desejáveis são:

Responsabilidade;
Pró-atividade;
Autonomia;
Dinamismo;
Metodologia;
Agilidade;
Raciocínio lógico;
Carisma;

Qual a formação necessária para ser um agente comunitário de saúde?
Para ser um agente comunitário de saúde é necessário que o profissional resida na comunidade onde pretende trabalhar, que tenha concluído o ensino médio e o curso de qualificação básica para a formação de agentes comunitários de saúde.

Principais atividades:


Realizar mapeamento da comunidade;
Realizar pesquisa sobre o histórico de doenças comuns na região e, elaborar ações eficazes em conjunto com uma equipe médica;
Cadastrar as famílias da comunidade;
Identificar indivíduos e áreas de risco;
Orientar as famílias para utilização adequada dos serviços de saúde, encaminhando-as e até agendando consultas, exames e atendimento odontológico, quando necessário;
Realizar ações e atividades, no nível de suas competências, nas áreas prioritárias da Atenção; Promover ações comunitárias de prevenção de doenças e promoção da saúde;
Orientar a população sobre doenças comuns na região, sobre tratamentos caseiros eficazes, sobre alimentação adequada e sobre a importância dos sistemas de saúde e dos tratamentos;
Realizar visitas domiciliares visando acompanhamento das famílias e da situação dos doentes;
Desenvolver ações educativas e de vigilância sanitária, como ações coletivas de saneamento, de melhoria da qualidade de vida na comunidade, de promoção da preservação do meio ambiente, etc;
Transmitir para os gestores sociais e de saúde ou responsáveis na região a dinâmica social da comunidade, suas necessidades, potencialidades e limites;
Identificar parceiros e recursos existentes na comunidade.

Áreas de atuação e especialidades
O agente comunitário de saúde sempre atua na região onde mora, junto às comunidades e aglomerações populacionais. O papel que esses profissionais exercem nas comunidades é muito importante, principalmente nas mais carentes, pois, entre outros benefícios que traz, conscientiza a população, promove ações de prevenção de doenças e consegue promover a saúde em locais onde dificilmente os sistemas de saúde conseguiriam.

Mercado de trabalho
O mercado de trabalho para esse profissional é amplo, uma vez que ainda existem muitas comunidades no Brasil que necessitam, e muito, do trabalho desses profissionais. O trabalho dos agentes comunitários de saúde, além de promover a saúde e o bem-estar da população e prevenir doenças, também aproxima as comunidades mais afastadas dos órgãos sociais e dos centros de decisão.

Curiosidades
Desde os primórdios das civilizações, sempre existiram pessoas preocupadas com o bem-estar social, embora como profissão, o reconhecimento tardou. Segundo a história do serviço social, a primeira casa de considerada de assistência foi criada em 1543, por iniciativa de Brás Cubas, a "Casa de Deus para os homens", a atual Santa Casa de Misericórdia de Santos. Em 1582, foi criada a Santa Casa em Rio de Janeiro, devido à chegada de inúmeros feridos de guerra e a partir daí foram criadas casas de assistência em muitos outros estados. A primeira Carta Régia que mencionava o assistencialismo social foi escrita em 1693, referindo-se especificamente a proteção de menores.




Espero que tenham gostado!


"Um povo sem conhecimento, saliência de seu passado histórico, origem e cultura é como se fosse uma árvore sem raízes."
Bob Marley




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